A campanha SOU NTAVASE, implementada pela Associação Sócio Cultural Horizonte Azul –ASCHA em parceria com a WLSA Moçambique e o Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança – ROSC é baseada em histórias de vida verídicas de raparigas e mulheres que foram violadas sexualmente, seu rastreio e posterior acompanhamento até a busca pela justiça.
Como é habitual, todas as quartas-feiras trazemos histórias de vítimas de violência sexual. Esta semana contaremos uma nova história. Chama-se Ntavase III e tem 8 anos de idade. Foi violada sexualmente por um vizinho de 18 anos de idade, no dia 27 de Junho do ano em curso. O caso deu-se na província de Gaza, Distrito de Chongoene.
A menina vive com sua avó materna. No fatídico dia, a menina foi enviada pela avó até a residência da sua tia para deixar uma encomenda, algo que era habitual, por se considerar um percurso curto e seguro para a criança.
Quando Ntavase voltava para a casa, o vizinho a chamou para sua casa afirmando que queria oferecer 3 meticais para comprar pipocas, o que a menina aceitou prontamente, uma vez que se tratava de alguém vizinho e conhecido. Usando a força, o homem violou a menina e de seguida ameaçou bater nela caso contasse o sucedido para alguém.
Assustada e com muita dor, a menina não conseguiu seguir viagem para a casa e passou toda a noite ao relento, exposta ao frio e outros perigos. Preocupada com a demora, a avó passou a noite a procura da neta, com ajuda de vizinhos e familiares. A menina foi encontrada na manhã seguinte, próximo a uma fontenária.
A avó conta que ao ver ela a caminhar logo percebeu que algo estava errado, mas a neta não abria a boca. Depois de muitas tentativas da avó, a menina contou tudo, e, imediatamente foi encaminhada ao hospital mais próximo onde foi submetida aos exames e tratamento das lesões causadas no seu órgão genital.
Em paralelo, o violador foi capturado pelos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), onde confessou o crime na esquadra de Chongoene. Neste momento, o violador encontra-se detido na penitenciária e aguarda pelo julgamento. Importa referir que os familiares do violador tentaram resolver o caso a nível familiar, mas os familiares da vítima preferiram dar continuidade ao processo na justiça.
Esta, é mais uma Ntavase que tão cedo conheceu a crueldade do sistema patriarcal que estrutura o país e muitos outros países do mundo. A justiça deve ser célere e exemplar no tratamento de casos como estes.
As penas devem ser agravadas para este tipo de crime, aonde o Estado devia prestar assistência, apoio e cuidados para a vítima sobrevivente da violação sexual.
Precisamos de agir sobre este mal que acaba com os sonhos das crianças!
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