𝐄𝐝𝐮𝐜𝐚çã𝐨 𝐚𝐛𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐒𝐚ú𝐝𝐞 𝐞 𝐃𝐢𝐫𝐞𝐢𝐭𝐨𝐬 𝐒𝐞𝐱𝐮𝐚𝐢𝐬 𝐞 𝐑𝐞𝐩𝐫𝐨𝐝𝐮𝐭𝐢𝐯𝐨𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐡𝐨𝐦𝐞𝐧𝐬 é 𝐚𝐩𝐨𝐧𝐭𝐚𝐝𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐬𝐨𝐥𝐮çã𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐚𝐜𝐚𝐛𝐚𝐫 𝐜𝐨𝐦 𝐯𝐢𝐨𝐥ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐁𝐚𝐬𝐞𝐚𝐝𝐚 𝐧𝐨 𝐆é𝐧𝐞𝐫𝐨
Um número total de 30 homens e rapazes de idades compreendidas entre 10 e 50 anos, do distrito de Ancuabe, na província de Cabo Delgado, participaram no dia 28 de Março, de um encontro intergeracional de reflexão com vista a desconstrução das normas de género que concorrem para a ocorrência da Violência Baseada no Género contra mulheres e raparigas naquele distrito.
Durante a mesa-redonda foi analisada a carga horaria de trabalho efectuada por homens e mulheres na esfera pública e privada.
Foi constatado através de uma dinâmica de reflexão que as mulheres são sobrecarregadas porque na esfera pública, muitas vezes, estas fazem o mesmo trabalho que os homens, mas quando chegam a casa o homem tende a descansar e a mulher se ocupa pelas tarefas domésticas o que constitui dupla jornada. Esta situação, segundo os participantes, pode contribuir para o fraco exercício dos direitos humanos das mulheres que, a luz da lei, tem os mesmos direitos que os homens. Foi ainda constatado através desta reflexão que a sobrecarga da mulher na esfera pública e privada pode contribuir na perpetuação das desigualdades de género e na violência baseada no género contra mulheres porque no caso de a mulher estar cansada e não conseguir cumprir com uma das suas tarefas, esta pode ser violentada porque segundo as normas sociais de género faz parte das suas atribuições.
Foi destacado, ainda, durante a mesa-redonda a reflexão sobre as causas das Uniões Prematuras e das Gravidezes Precoces, tendo sido considerado que homens adultos se unem com raparigas, menores de idade, devido as normas de género e o desconhecimento das consequências que esta prática têm sobre mulheres e raparigas. Como forma de acabar com as Uniões Prematuras e Gravidezes Precoces foi avançada a necessidade de uma educação abrangente sobre Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos para homens adultos e rapazes para desconstrução das masculinidades tóxicas que contribuem para o desrespeito do papel social das mulheres e das raparigas.
Para os participantes da mesa-redonda é preciso colocar os homens a reflectir sobre os seus papeis e responsabilidades na luta contra a violência e na criação de um ambiente de paz onde homens e mulheres gozam dos seus direitos livres da pressão e da coerção. É preciso juntar homens novos e de idades avançadas para trocar experiências de modo a compreender as consequências da prática da violência contra as mulheres e raparigas.