Chama-se Cacilda Pedro (nome fictício) e tem 17 anos de idade, vive na comunidade de Bengo, cidade de Chimoio, província de Manica.
A menor encontrava-se em uma união prematura com Luís Jorge (nome fictício), de 24 anos de idade, residente também no mesmo bairro. Teve que abandonar os estudos para atender ao lar que fora obrigada a estar pelo seu pai.

O seu caso foi descoberto pelos activistas do Movimento Eu+ naquela parcela do país. Foi durante uma campanha de divulgação da Lei de Prevenção e Combate às Uniões Prematuras na sua comunidade que decorreu no dia 17/05/2023, a qual Cacilda fez parte.

Após a identificação do caso, as activistas do Movimento Eu+ fizeram uma intervenção (que passou da denúncia às autoridades competentes até a consciencialização e sensibilização de ambas famílias sobre o mal das uniões prematuras em raparigas com menos de 18 anos de idade).
Este acto culminou com com o resgate desta menor nesta união prematura e consequente responsabilização dos promotores desta união.

A rapariga manifestou a sua alegria e a sua gratidão aos activistas que a resgataram da união prematura e explicou que durante o período em que esteve nesta união foi muito difícil, pois não sabia o que era um lar e nem como devia se comportar.

A menor também mostrou a sua emoção e encorajou as activistas do Movimento Eu+ a continuar a trabalhar por forma a resgatar a mais raparigas que se encontram numa situação similar a que estivera. Apelou ainda que o Movimento Eu+ continue a apoiar a sua comunidade através de palestras e estas campanhas são muito importantes, pois quem conhece a lei não irá aceitar entrar em uma união prematura.
Actualmente Cacilda voltou a viver com os pais e para o ano de 2024 pretende retomar com os estudos.

Recordar que o Movimento Eu+ é o movimento de divulgação massiva da Lei de Prevenção e Combate às Uniões Prematuras, iniciativa do Fórum da Sociedade civil Para os Direitos da Criança- ROSC, Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil – CESC, FDC – Fundação Para o Desenvolvimento da Comunidade, Rede CAME, Jossoal (Manica), UKHAVIHERA e PROMURA (Cabo Delgado), MAHLAHLE – Associação Para a Promoção e Desenvolvimento da mulher (Inhambane), Soproc – Rede de Protecção da Criança de Sofala, ACABE – Associação Amigos da Criança Boa Esperança (Niassa) e Okhala W'Amiravo (Nampula), financiado pelo Programa Igual e a Save The Children em Mocambique.