Sónia AndréSónia AndréA cineasta moçambicana nascida em Zavala, apresentou ontem (17) o filme ''Ku Umbala'', no Instituto Nacional Audiovisual de Cinema (INAC) em Maputo, no âmbito das comemorações dos 24 anos que a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) completa neste mês de Junho.


Este filme é o segundo filme da cineasta moçambicana, que em 2014 produziu o “A Espera” aonde retratava a história de raparigas com idades compreendidas entre os 7 aos 15 anos de idade, que contavam que estavam em casamentos prematuros e estavam à espera de um filho, aonde se trazia ao de cima a questão da idade e o despreparo físico e emocional em que as meninas se encontravam para gerar um filho.
Para o filme “Ku Umbula”, a cineasta traz-nos aqui uma outra abordagem que tem a ver com uma história verídica aonde a própria cineasta é uma das a protagonistas do filme e mostra o que acontece por detrás dos ritos de iniciação.


Durante a sua intervenção, Sónia André, afirmou que os ritos de iniciação não são uma prática má, mas que era necessário que uma nova abordagem seja implementada nas comunidades aonde ainda impera a cultura, aonde os antepassados são venerados como deuses. André refere que é preciso aproveitar os espaços que já foram criados para que os ritos de iniciação sejam feitos de um modo seguro, aonde as mensagens a serem passadas sejam mensagens para construir e edificar a vida das raparigas.


sonia andre ku umbala 2sonia andre ku umbala 2O “Ku Umbula” já passou pela própria província de Niassa, aonde foram feitas as gravações do filme e Nampula, aonde as personagens principais vivenciaram as suas alegrias, tristezas e o seu crescimento, pois este filme retrata o antes das meninas e o depois, que é o crescimento (conhecimento da vida sexual).

As pessoas que foram assistir o filme “Ku Umbula” mostraram-se satisfeitas pela produção do mesmo e afirmaram que o filme foi muto bem conseguido, pois mostrava a essência dos tão falados e escondidos “ritos de iniciação”. Para os participantes do debate que correu após o final do filme, o mesmo foi bastante inspirador porque mostrou todas fases dos ritos de iniciação, o que até então era inimaginável para a maioria dos moçambicanos.
E cá por nós, esperamos que o “Ku Umbula” trilhe os caminhos da fama e quiçá, ganhe prémios nacionais e internacionais!

 

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